As coisas do alto parecem mais simples. Carros e edifícios, numa cidade tão pequena que seus habitantes confundem-se com formigas. Meras formigas que vageiam para um lado e outro, em busca de algo que preencha o vazio de suas almas.
Aqui do alto é lindo! Posso admirar o verde nas folhas que bailam ao sabor dos ventos; e o azul do mar, nas ondas que vão e vem, eternamente sem cansar.
La embaixo, as formigas continuam a vaguear. Parecem todas insatisfeitas. Elas nunca conseguem tudo oque querem. Sempre estão querendo mais, nada basta. O vazio aumenta ao ser preenchido. Sempre volta!
Estou com fome. A caminhada até aqui foi longa e cansativa. Preciso descansar. Este é o ambiente perfeito para descansar. Longe da multidão, a paz sempre vigora em nossas mentes.
Dormi como uma criança à sombra de uma árvore. Por que as árvores não andam? São tão lindas! Poderiam até voar, talvez nadar e brincar com as crianças que dormem a sua sombra...
Não foi difícil subir esta montanha. Aliás, foi só pensar. Pensando, eu alcanço todos os topos, todas as alturas. É só olhar para o alto, sempre. Agora, por exemplo, estou nas asas de um pássaro. Ele sobe, e sobre mais e mais e mais... Poderei ultrapassar o céu, as estrelas. É só voar e nada mais.
Mas, veja, o pássaro me soltou! Pensei que já tivesse asas, mas não as tinha. Fui caindo... Não consigo mais voar! Caindo, caindo, caindo...
Acordei! Foi um sonho. Por mais alto que eu vá, nunca me esquecerei de que eu também sou uma formiga!
terça-feira, 8 de outubro de 2013
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Thiago de Góes: A formiga na montanha
As coisas do alto parecem mais simples. Carros e edifícios, numa cidade tão pequena que seus habitantes confundem-se com formigas. Meras for...
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