Ao Mestre Lingüiça, com carinho!
por Thiago de Góes
A bagunça reina imperiosa na sala de aula. Muitos falam e ninguém se ouve. O barulho sobe, como zumbido na colmeia do juízo. Impaciente, o professor grita furiosas e persistentes onomatopeias, e bate na mesa com força e raiva!
De repente, todos se calam. Menos o pequeno garoto que sempre fala o que não deve, nas horas mais impróprias. Desta vez, no entanto, ele diz: Vamos fazer silêncio, minha gente! É a primeira aula do Mestre Lingüiça no céu...
Vemos um close no olhar surpreso do homem por trás do charuto. A fumaça baforada junta-se a uma nuvem lateral e dela surge a imagem de pomposo buquê de flores vermelhas. Inicialmente, não vemos quem o segura. Mas, aos poucos, aparece o semblante tristonho de uma senhora cheia de bobes no cabelo.
A nuvem se apaga. Mas, na escrivaninha do professor, surge uma pequena xícara de chá de abençoadas lágrimas. E os alunos fazem fila para abraçar o querido mestre...
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